segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dor

Faz tempo que não venho ao blog, porém hoje se fez necessário.
Escrevo estas palavras com os olhos cheios de lágrimas, pois o futuro se fez incerto outra vez.

Tenho passados dias turbulentos. A descoberta da minha sexualidade pela minha mãe trouxe um clima pesado entre a gente. Mas por mais preconceituosa que ela seja, ela está tentando lidar da melhor forma possível para que a gente fique bem. Isso foi na semana passada, e eu passei a semana toda a chorar, porque é de mim não gostar de magoar os outros.
Mas daí, há exata uma semana depois, magoo a pessoa que talvez me queira tão bem quanto ela.

Após uma discussão com a minha avó, eu saí de casa na terceira semana de Janeiro. Uma semana depois eu conheci o Adriano. Fui selecionado para um curso de aperfeiçoamento em Salvador e vi o nome dele na lista de selecionados. Adicionei sem nenhuma pretensão; só pra fazer amizade mesmo.
Mas ele foi se aproximando, revelando os seus interesses para comigo e eu passei o período do curso na casa dele. Nós ficamos por 3 dias e ele resolveu me pedir em namoro. Tudo muito rápido.
Ele me fazia uma boa companhia e eu fazia o que eu podia para que ele se sentisse bem, já que ele fazia de tudo para mim. Ele me amava e eu tentava fazer o que podia para retribuir todo aquele sentimento.

Talvez as melhores férias da minha vida foram ao lado dele. Ele fazia de tudo para que eu me sentisse bem, mas eu as vezes não retribuía todo esse sentimento.

Tentei algumas vezes terminar o namoro justo por não sentir que eu poderia retribuir todo aquele amor; ele era muito intenso comigo e eu não conseguia retribuir da mesma forma. Todas as vezes que eu tentei, ele me fez voltar atrás.

Passei boa parte das minhas férias com ele. Quando voltamos a trabalhar, combinamos que iríamos nos ver a cada duas semanas e assim vínhamos feito. Até que na semana passada, quando ele estava aqui, minha mãe nos pegou cochilando juntos na cama.

Como era num fim de semana, no outro dia ele teve que voltar para casa.; depois que ele se foi, minha mãe conversou comigo. Após a conversa sobre a minha sexualidade, ela me perguntou se eu gostava mesmo dele. Fiquei calado. Depois disso ela me perguntou "por que você está com ele, então? Não repita o mesmo erro do seu pai". 

Aquilo que ela disse ficou perdurando por minha mente a semana toda. Enquanto isso eu não conseguia tratar o Adriano bem. Eu me esforçava ao máximo mas eu não conseguia. Então ontem ele insistiu em conversar e me perguntou para que eu estava com ele, então. Foi ai que eu decidi terminar com ele.

A gente lavou toda a roupa suja do nosso relacionamento. Eu o ofendi, ele também fez o mesmo e muitas verdades foram ditas um ao outro. Mas sabe qual a maior dor nisso tudo? A de saber que eu magoei alguém.

Eu sei que eu era tudo na vida dele; sei também que era intenso demais com tudo isso. Talvez me desse um pouco de inveja ver que eu não conseguia ser nem metade de tudo aquilo que ele era pra mim. Me dói saber que a essa hora ele deve estar triste porque eu o fiz chorar; porque eu o fiz perder as esperanças. Me dói não conseguir ser uma pessoa que não consegue dar carinho a outra, que é racional demais e que é sozinha demais por isso. Tenho raiva de mim por conta dessa vontade de querer estar só o tempo todo e afastar todo mundo que está ao meu redor; tenho raiva em saber que eu tenho tudo o que muita gente queria ter, mas que eu não sei cuidar.

Eu tenho raiva de só conseguir chorar pelos cantos, sozinho ou de conseguir manter a máscara do "tá tudo bem" quando alguém pergunta como eu estou.E mais uma vez afirmo que tenho raiva de ser a pessoa que um dia magoou alguém.

A gente tinha tudo pra dar certo mas eu estou tão errado que joguei tudo fora.

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