Não cheguei perto do portão de casa hoje. O dia foi chato, fiquei a maioria dele no quarto assistindo ou fuçando as redes sociais.
Lavei o banheiro, enxuguei uns pratos, limpei a tampa do notebook com a mão. Olhei para o céu pela janela e vi que o sol hoje estava intenso. Coçei a cabeça e dai tentei tirar uma foto para ver o quão vermelho estava o meu cabelo; desisti da foto por que apareceu uma espinha em minha testa. Falei de Digimon no twitter; critiquei o Natal; recebi um abraço de uma pessoa que não é da família mas é muito especial. E não foi um abraço de felicitação pela data.
Parei por instantes na mesa da cozinha e reparei que meus primos pequenos só me veem triste. É essa a imagem que eles tem de mim sempre que vem aqui, e eu não posso mudar isso. Se eu ligo pra isso? Um pouco. Esse nadar contra a maré as vezes estressa. Pior de tudo é tentar parar de tentar nadar, mas não conseguir.
As vezes acho que preciso de um psicólogo. Mas volto atrás nesse pensamento porque só vou perder meu tempo e o meu português com ele; não vai adiantar de nada. As vezes vejo que não há solução para o meu gênio difícil e as minhas atitudes rebeldes; não sei voltar atrás em uma decisão minha e, se for para eu aprender, eu vou ter que aprender isso sozinho. Não sei se é por isso que eu deixo várias histórias inacabadas; não sei se é por isso que eu não sou, de todo, feliz.
Não sei se vou conseguir felicitar minha mãe com netos; não sei se serei um bom pai com esse gênio que tenho. Não sei se vou durar muito tempo vivo. (falo sério, sem dramas) As vezes sinto dores e ninguém sabe que eu as tenho; às vezes as minhas tonturas não passam logo, como eu sempre digo que elas passam.
As vezes dá vontade de chorar e eu não sei porquê. E é a partir desse choro que eu começo a lembrar de várias coisas que já aconteceram e que me fizeram bem\mal. Tenho medo de deprimir-me e piorar de vez minha situação. Não sei o que faço.
Preciso de carinho, essa é a única coisa que eu sei.
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